14533090897_4c77f4f3e6_cO Ministério das Comunicações lançou nesta segunda-feira um programa chamado Brasil Inteligente, que quer resolver vários dos problemas da internet no país. Em meio à crise política, será que eles vão conseguir?
O brasil inteligente pretende elevar o percentual de municípios cobertos por fibra óptica de 53% para 70%, atingindo 95% da população brasileira; aumentar a velocidade média das conexões para 25 Mbps; e estimular pequenos provedores, o 5G e a internet das coisas.
Objetivos
O ministério vai usar R$ 400 milhões para estimular provedores pequenos a instalar rede de banda larga em mil municípios com menos de 100 mil habitantes. É onde grandes operadoras cobram uma fortuna por planos de 1 Mbps, por exemplo.
Haverá também o Plano Nacional de Internet das Coisas, realizado pelo CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações) em parceria com instituições de ensino. A ideia é desenvolver tecnologias a serem usadas em cidades inteligentes, com foco em segurança pública, mobilidade urbana, saúde e educação. Serão três anos de trabalhos e orçamento estimado em R$ 34,8 milhões.
E, como a internet das coisas e o 5G estão intimamente ligados, o programa Brasil Inteligente prevê incentivos para investir nessa tecnologia – até R$ 600 milhões vindos do Funttel (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações). O ministro das Comunicações, André Figueiredo, disse que “o Brasil já atua em conjunto com a União Europeia” para implementar o 5G no país.
Há ainda o programa Minha Escola Mais Inteligente, tocado em parceria entre a Telebras, ministério da Educação e da Comunicação. A ideia é levar internet para 30 mil escolas – com um total de 20 milhões de alunos – a uma velocidade média de até 78 Mbps dentro de três anos.
Vai dar certo?
Figueiredo diz ao globo que o plano original para o Brasil Inteligente era mais ousado mas, com a crise política, “tivemos cuidado para não mostrar algo que não seja inexequível”. O ministério cogitava um pacote que custaria R$ 20 bilhões; agora, as iniciativas somarão R$ 2 bilhões.
Ainda assim, é bom levar estas ambições com uma boa dose de ceticismo. O Plano Nacional de Banda Larga, criado em 2010, queria expandir o acesso à internet para 35 milhões de domicílios em quatro anos; ele chegou a apenas 23 milhões.
O Banda Larga nas Escolas – iniciativa do governo federal para conectar todas as escolas públicas com internet de pelo menos 2 Mbps – não vem avançando a contento, especialmente na zona rural. E o mítico satélite da banda larga, previsto inicialmente para 2014, deve ser lançado até o final deste ano.
O governo reconheceu, com atraso, que é importante levar a sério nossa infraestrutura de internet. Resta ver se os planos realmente serão cumpridos daqui em diante.
Via Gizmodo